Sociedade Planetária 4.0

 

Imagem de Fundo Gerd Altmann em Pixabay.com - Editado pelo autor


01. Que problema este artigo candidato a ensaio pretende abordar e propor soluções?

02. A quantidade de informações em circulação nas nossas sociedades cada vez mais interconectadas digitalmente, desde uma simplória mensagem de texto com um “bom dia” até complexas transações financeiras internacionais que movimentam valores obscenos de recursos, aumentam em um ritmo alucinante e surpreendente mesmo para os estudiosos e cientistas da área de Tecnologia da Informação. 

Manejar construtivamente tamanha quantidade de dados de certa forma já é um problema aparentemente insolúvel por si próprio: pois toda essa gigantesca massa de informação está distribuída em inúmeras bases de dados diferentes, com diferentes níveis de segurança e privacidade, armazenadas em países diferentes sob legislações diversas, utilizada com diversas finalidades declaradas e ocultas; sem contar os dados duplicados, conflitantes ou mesmo obsoletos.

Mesmo com esse cenário resumido que alguns podem rotular de caótico, todas as informações que propiciam a nossa qualidade de vida atual, inimaginável algumas décadas atrás, trafegam com eficiência incrível nesta colcha de retalhos tecnológica.

03. Porém, uma ínfima parte desses dados é manejada por hábeis mentes contratadas a peso de ouro que utilizam da sua expertise para passá-las despercebidas por entre as brechas dos sistemas nacionais e internacionais de controle, contando com a anuência de uma pequena quantidade de pessoas altamente respeitáveis em altos postos públicos e privados que movidos pela ganância, permitem que tais ações sejam efetuadas. Assim, esses poucos dados se tornam altamente tóxicos e proporcionam oportunidades sombrias para que malfeitores manipulem e se aproveitem da grande massa de pessoas que são seduzidas pela massificação de informações falsas que são tomadas como verdadeiras pelos desavisados, ou agem para manipular pessoas e organizações, se utilizando de iniciativas ilegais tais como fraudes, chantagens, e outros crimes contratados; tudo isso financiado pelas grandes quantidades de recursos igualmente ilegais que normalmente trafegam entre diversos paraísos fiscais através das brechas já citadas.

Tudo isso agrava os problemas estruturais que todas as sociedades já têm e resulta em inúmeras crises, conflitos de diversos tipos tais como as econômicas, cibernéticas, as econômicas e mesmo as guerras militares com prejuízos materiais e humanos incomensuráveis; conforme podemos constatar em diversos pontos do globo como na Ucrânia que foi agredida massivamente em Fevereiro de 2024 e em Abril ainda não deu sinais de que voltará a ter paz no futuro próximo.

Será que as grandes organizações criminosas dedicadas ao tráfico de drogas, armas e pessoas, à manipulação de diversas eleições, aos assassinatos políticos internacionais, assim como as várias guerras em curso atualmente aconteceriam se a lavagem de dinheiro internacional fosse eliminada? Provavelmente ainda aconteceriam a curto prazo, porém tenderiam ao desaparecimento conforme os recursos ilegais fossem esgotados.

04. Apesar deste artigo ter a pretensão de ser um ensaio com problematização, desenvolvimento e proposição de soluções para os problemas que já constatamos acima e outros que vamos abordar mais adiante, como eu vou partir de conclusões tiradas de dois artigos de minha autoria que cito abaixo, muito ajudaria ao leitor na compreensão deste texto escrito por mãos ainda muito rudes no manejo das letras, se estes fossem lidos com atenção já que os embasamentos e justificativas estão presentes apenas nos próprios artigos.

Abaixo os nomes e os links desses trabalhos anteriores:

Administração Pública 4.0

https://www.linkedin.com/pulse/administra%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica-40-lawrence-jorge-ramos-da-silva/

Novo Normal, ou Seria o Antigo e Imutável Velho Normal de Sempre?

https://www.linkedin.com/pulse/novo-normal-ou-seria-o-antigo-e-imut%C3%A1vel-velho-de-ramos-da-silva/

Como dificilmente as pessoas se dedicarão a ler e entender estes artigos, além de apresentar as conclusões eu vou resumi-los por aqui, de forma a alavancar a compreensão do nosso objeto de estudo atual que se apresenta mais a frente. Vamos lá?

05. No artigo sobre a Administração Pública 4.0, imaginamos a máquina pública com as mais modernas e lucrativas ferramentas e procedimentos utilizados pelas maiores empresas ao redor do planeta, especialmente as Big Techs: embora eu desconheça qualquer iniciativa que se utilize na prática de todos os itens citados/propostos ao mesmo tempo e em harmonia. Que ferramentas e procedimentos são estes?

Unificação das bases de dados com Big Data, Data Mining e Inteligência Artificial. A empresa ou cidadão deixa de ser ‘cliente’ de determinada esfera governamental ou empresa do terceiro setor, todos agem juntos: coordenados e todas as informações pertinentes estão disponíveis online, em tempo real.

Tudo isso desenvolvido com software livre, mantendo o controle estratégico e legal das informações baseadas em blockchain e do seu fluxo, seguro e plenamente auditável, auto-organizado com a gamificação; manejado por servidores colaborando de acordo com os preceitos da Gestão Humanizada, igualmente auto-organizados com ajuda da gamificação utilizada na avaliação constante de todos os atores envolvidos nos processos estatais.

Todos no País disporiam de uma rede social pública despida de interesses comerciais, dando ‘voz’ aos interessados: divulgando as políticas públicas e ações governamentais, ajudando através da gamificação a selecionar as prioridades ao dar ‘voz’ aos cidadãos e empresas; ajudando assim a nação a unificar e potencializar esforços, harmonizando as expectativas com as possibilidades.

06. Já no artigo Novo Normal, ou Seria o Antigo e Imutável Velho Normal de Sempre? Fazemos diversas reflexões a respeito da necessidade de sermos muito mais humildes em relação às enormes forças cósmicas que nos cercam a pelo menos mais de uma dezena de bilhões de anos e provavelmente vão continuar a fazê-lo por um tempo ainda maior, e que portanto, o normal de hoje é o mesmo do ano passado e vai ser o mesmíssimo daqui a um bilhão de anos.

O que muda então? Muda a nossa percepção desta realidade: que evolui conforme nós mesmos evoluímos.

Percebemos também que a força física e a competição predatória, em todas as áreas e em qualquer escala que se apresentem: diminuirão a nossa qualidade de vida com a mesma severidade com que acontecerem conforme diminuem a possibilidade da colaboração, razão pela qual atualmente não estamos nem próximos de implantar o Design Circular que é uma das etapas para chegarmos na Prosperidade Sustentável que todos desejamos, mesmo essas pessoas que se utilizam dos experientes ilegais citados no início e aqueles que ainda não se deram conta de nada disso.

Como está tudo devidamente embasado, explicado e justificado nos artigos supracitados da forma mais racional e científica que esteve ao meu alcance, vamos prosseguir a partir das conclusões acima?

Agora que o caro leitor já conhece melhor alguns dos meus objetos de pesquisa, deve estar se fazendo diversas perguntas; como unir as conclusões de ambos os artigos de forma a se tornar prático, factível a médio prazo?

07. Ambos os artigos são complementares, se potencializam e se retroalimentam: se quisermos alcançar a Prosperidade Sustentável, precisamos colocar em prática as ideias e conclusões presentes em ambos: o primeiro aborda as melhores práticas e procedimentos para as esferas governamentais e que sem grandes mudanças, também pode ser aplicado à empresas do terceiro setor e privadas; e o segundo às questões existenciais para que todos nós tenhamos uma melhor qualidade de vida no bom e velho normal de sempre que até agora, nos recusamos a aceitar e assim, diminuir o período de tempo, a quantidade de dores, sofrimentos e crises para que implementemos a Administração Pública 4.0, a espinha dorsal da Sociedade 4.0: localmente no início, globalmente posteriormente e quem sabe, universalmente mais a frente. 

Já se passaram dois anos desde a publicação do artigo sobre a Administração Pública 4.0, que mesmo se mantendo válido, está longe de ter sido esgotado e ainda guarda muitas oportunidades para elaborarmos diversos aspectos ali apresentados, desenvolvendo-os e revisando-os sob pontos de vista diferentes nesta oportunidade e em outras futuras.

08. E este é o objetivo aqui, reunir todo o conteúdo que venho pesquisando ao longo dos anos e assim, propor as bases da Sociedade 4.0, como será o nosso futuro.

Como já problematizamos no início e pode ser constatado em inúmeros estudos de grandes cientistas sociais, a comunicação está nos bastidores de forma evidente ou não em todos os nossos problemas, dos menores e mais simplórios como tentar educar uma criança pequena com frases negativas, o que resulta em muita malcriação feita pelos pequenos e frustrações mil para os adultos que insistem nesta prática desastrosa, até os maiores conflitos mundiais nas páginas da história da humanidade.

Normalmente, temos pessoas, grupos, empresas, países e blocos supranacionais em conflito porque se desentendem em debates infrutíferos baseados em conjuntos de dados diferentes e/ou manipulados com base em interesses materialistas, visando a competição predatória e/ou dominação político ideológica.

09. Voltando ao exemplo dos problemas de comunicação com as crianças até os 7 anos, embora esses aspectos comportamentais de uma forma ou de outra nos acompanhem por toda a vida, as coisas vão de mal a pior quando os adultos pensam uma coisa, mas comandam justamente o contrário ao utilizarem frases negativas.

Vamos ao clássico: “- Fulaninho, não mexe no enfeite da mesa”. O que acontece? O nosso cérebro de forma geral, mas principalmente os infantis ainda em formação desgostam profundamente da palavra não e o seu significado: pois esta palavra nos afasta dos nossos maiores desejos enquanto descobrimos o mundo; não é verdade? Resumo da ópera, o adulto, por melhor intenção que tenha, está comandando para o fulaninho mexer e continuar mexendo no enfeite da mesa.

Como ‘consertar’? Os dois lados precisam utilizar uma estratégia na comunicação que seja mutuamente inteligível e benéfica; reformulando a recomendação ao infante: “- Fulaninho, vai pegar um brinquedo no seu quarto”. Agora, o adulto desvia a atenção da criança do desejo proibido, o afasta do local e desenvolve outra expectativa ainda mais interessante através de um comando afirmativo: assim todos vivem felizes para sempre, e sem malcriação. Parece mágica, mas nada mais é do que a utilização de teorias de comunicação amplamente comprovadas por inúmeros estudos científicos.

Perceberam que todos saem perdendo quando não utilizamos uma estratégia de comunicação que compreenda o entendimento pleno de todos os envolvidos?

10. Retomando o nosso raciocínio, como se diminui as chances desses conflitos todos acontecerem até que desapareçam por completo? De forma semelhante ao que foi feito com o Fulaninho do exemplo. Em primeiro lugar, todos precisam ter acesso aos mesmos conjuntos de dados de forma que possam ser auditados e confirmados de forma independente por todos os envolvidos: tudo com transparência total e absoluta; um dos maiores erros cometidos por altos dirigentes públicos é subestimar a inteligência alheia. Em segundo lugar, todas as questões polêmicas devem ser tratadas com base em pesquisas científicas e na humildade cósmica que já citamos; e para praticamente eliminar as chances de erro, tendo em vista a nossa pequenez frente a um Universo tão mais complexo do que a nossa parca compreensão alcança, precisamos ser cautelosos e só tomar decisões irreversíveis de posse de dados irrefutáveis que as embasem e/ou aceitas pela maioria; já que certamente haverá consequências a serem administradas no futuro por todos nós.

Desculpem a repetição, mas o mais importante de tudo é alimentarmos a humildade cósmica que nos incentiva a estudar o Universo à nossa volta e as suas imutáveis leis naturais e por consequência, a colaborar de forma coordenada e ordeira em busca da Prosperidade Sustentável. Sem esse importante ‘norte’ nas nossas ações, conforme detalhado no artigo sobre o Novo Normal, dificilmente avançaremos em paz e harmonia!

11. Enquanto houverem pessoas interessadas em privilegiar eles mesmos, pequenos grupos, castas, etc., em desfavor da maioria; nenhuma transparência ou disponibilidade de dados vai ser de alguma utilidade diretamente embora seja muito importante para que a fiscalização da sociedade atue e inviabilize esse tipo de procedimento. Outro aspecto importante é que processos documentados de forma transparente permitem que sejam gamificados e humanizados, fatores muito importantes para colocarmos e mantermos as pessoas certas em posições de liderança evitando retrocessos por falta de continuidade ou desatenção com a evolução da sociedade conforme está descrito no artigo Administração Pública 4.0 e vamos abordar novamente de outras formas mais a frente.

Vamos reforçar a linha de raciocínio dos parágrafos acima com um exemplo rápido: notem como na natureza todos cooperam de forma ordeira de forma que todos os atores em um determinado cenário prosperam, desde os microcosmos nas nossas células até os massivos buracos negros que aparentemente são os atores principais na tarefa de manter a coesão gravitacional de enormes galáxias como a nossa própria.

12. Agora que já entendemos que precisamos cooperar e somos todos mais humildes cosmicamente, vamos passar à próxima e mais difícil etapa: colocá-la em prática! E como se faz isso? Para tanto, precisamos comparar as nossas próprias aspirações, conceitos e interesses; individualmente e em grupo; com todos os estudos científicos a que tivermos acesso, desde o nosso conhecimento escolar até os mais recentes artigos científicos.

Parece tão simples, não é mesmo? E é, porém temos um fator muito importante a ser observado: tudo isso precisa ser feito tendo em mente que mesmo os cientistas mais renomados com os melhores instrumentos disponíveis somente têm acesso a 4% do que compõem o universo conhecido e dessa pequena porcentagem, se conhece ainda menos; conforme debatido no artigo sobre o bom e velho normal de sempre.

Vamos a mais um exemplo prático que aparentemente está completamente fora do nosso escopo, de como o conhecimento científico e a humildade cósmica podem pacificar polêmicas que se arrastam a muito tempo e nos catapultar para a Sociedade 4.0 mais rápida e harmoniosamente?

13. O aborto induzido deveria ou não ser permitido? O ser em formação no ventre materno é ou não parte do corpo da genitora? Em caso de concepção fruto de uma relação sexual não consentida a genitora pode interromper a gravidez? E no caso da má formação fetal? E se a vida da genitora estiver em risco? Muitas questões que atualmente são polêmicas mas que não sobrevivem ao crivo de conhecimentos científicos relativamente simples e da aplicação das leis em vigor em outras situações similares. 

O primeiro e mais importante ponto a atermos a nossa atenção é que a célula que se origina na concepção é formada pela união do material genético do gameta masculino que se funde ao material genético do gameta feminino, cada gameta contribui com 50% do material genético no novo Ser em formação; correto?

Conforme a maioria das pessoas que cursaram o Ensino Médio no Brasil podem atestar, esta célula que se origina na concepção embora esteja no interior do corpo da genitora e dependa deste para se desenvolver nos primeiros meses da gestação, desde o início já é um ser único e original, com código de DNA igualmente único e original; portanto não é parte do corpo da genitora; que não deveria poder dispor da vida do ser em formação no seu ventre: se as leis de defesa da vida forem colocadas em primeiro lugar.

Se desde a concepção o embrião em formação já é um ser único, porque o mesmo não goza das mesmas prerrogativas e mecanismos legais de defesa da vida como uma criança ou qualquer outra pessoa? Se a mãe ou os pais não podem dispor da vida dos seus filhos, porque poderiam dispor da vida dos que ainda não nasceram? Porque um(a) tem uma certidão de nascimento e o outro filho ou filha não?

Fazendo apenas mais uma reflexão nesta parte deste tema, se uma criança nasceu em uma família sem condições econômico sociais de desenvolvimento, a criança deve ser exterminada? Uma criança deve ser exterminada porque os pais não tem boas condições econômicas? Não, não é mesmo? Então porque o aborto induzido é defendido e propagandeado como solução para melhora na qualidade de vida de gestantes em situação de vulnerabilidade social? Se a criança não tem o direito de nascer, vai ter direito de que mais? Estamos mesmo em 2022?

Nesta linha de raciocínio, vamos à duas questões que se desdobram desta primeira?

14. No caso de concepção depois de um ato ou contato sexual impróprio ou forçado, deixando desde já a minha solidariedade para todos que foram vítimas deste ou qualquer outro tipo de violência, é preciso destacar que o novo ser em formação no ventre materno pouco tem haver com os crimes hediondos que o originaram por mais complicados que sejam o trauma ou problemas psicológicos da genitora e família. É fora de dúvida que uma gravidez fruto de um estupro está longe de ser uma situação desejada por qualquer pessoa, mas será que terminar a vida do feto e removê-lo vai amenizar ou mesmo diminuir as dores?

Um pequeno adendo: nem todos os óvulos fertilizados se tornam embriões viáveis, que vão evoluir até o nascimento. Alguns óvulos fertilizados in vitro, mesmo iniciando o processo de divisão celular, tornam-se uma massa celular disforme até o processo cessar sem que se conheça bem como ou porque se chega a este resultado. Mesmo muitos embriões fertilizados in vitro ou naturalmente que aparentemente são saudáveis e viáveis simplesmente param de evoluir espontaneamente em diversos estágios de desenvolvimento. Razões pela qual, em alguns tratamentos de fertilidade, se implantam diversos embriões fertilizados in vitro para aumentar as chances de sucesso na gravidez e embora não raras vezes nasçam gêmeos ou trigêmeos, nem sempre todos os embriões implantados no útero materno evoluem até o nascimento.

É certo que aparentemente a solução mais rápida e prática para a questão da gravidez em decorrência de um estupro é a retirada do feto, mas lembram-se da humildade cósmica que debatemos um pouco antes? Lembram-se que 96% do Universo conhecido nos passam completamente despercebidos e que dos 4% restantes pouco conhecemos? Então, apesar do nosso aparente grande conhecimento acerca dos processos envolvidos na reprodução humana, os nossos cientistas não necessariamente entendem perfeitamente como se dá todo o processo conforme destacamos acima: e como isso pode nos ajudar a diminuir a margem de erro nas nossas decisões, especialmente nas irreversíveis?

Por mais que eu desejasse declarar aqui que podemos resolver rapidamente problemas complexos, eu não posso cair na tentação de fazê-lo. De outra forma, este ensaio teria poucas linhas mas não podemos mais nos enganar voluntariamente, precisamos nos responsabilizar pelos nossos atos, estabelecendo prioridades, e aconteça o que acontecer, resguardar os interesses dos seres mais vulneráveis à nossa volta.

A verdade é que no fim das contas, nós que somos todos reles mortais, não sabemos como o processo de reprodução humana e outros processos fisiológicos realmente funcionam, não podemos afirmar que com o procedimento X ou Y, chegaremos 100% das vezes ao resultado W ou Z; portanto esse e muitos outros processos naturais são regidos por forças, variáveis e mecanismos muito além da nossa compreensão.

Então, mesmo contando com todos os desconfortos e sofrimentos envolvidos no processo de gestar uma criança concebida em virtude de um crime hediondo como o estupro, quem poderia ter certeza absoluta que interromper uma gravidez, o desenvolvimento de outro Ser Humano, uma ação irreversível, com um entendimento tão pequeno de tudo o que nos cerca; é a decisão correta a se tomar? Vamos mais longe? Qualquer atitude que se tome vai desfazer o ato hediondo anterior? Eu ‘acho’ que nenhuma, e você?

15. Nós poderíamos continuar os debates nesta questão com diversos outros argumentos, mas vamos passar a próxima? A lei brasileira permite a interrupção da gravidez em caso de má formação fetal até o terceiro mês de gravidez. Aqui novamente se aplicam os argumentos anteriores, portanto qual médico pode afirmar com 100% de certeza que este ou aquele feto deve ou não ter a sua vida interrompida definitivamente, tendo acesso a uma porcentagem tão pequena do Universo conhecido?

Mais um adendo: está comprovado cientificamente que o feto em desenvolvimento intrauterino reage às emoções da mãe e ao que acontece ao seu redor: sinal de que já goza de certo grau de consciência mesmo antes do parto.

Olhando esta questão de outra forma, lembram-se que eu propus que o novo ser em formação no ventre materno deveria ser tratado como qualquer outra criança ou pessoa?

Utilizando-se esta linha de pensamento, podemos nos lembrar que a eutanásia é proibida no nosso País, mesmo em caso de doenças graves sem tratamento ou cura conhecidos e quadros terminais que podem se estender por anos, décadas. Se é proibido interromper a vida de uma pessoa nesses casos, porque é permitido interromper a vida do embrião ou do feto mesmo que não sobreviva a gestação ou viva pouco tempo depois de nascer?

Será que os legisladores, médicos, genitores e demais pessoas envolvidas nessas interrupções de gravidez autorizadas legalmente; decisões irreversíveis; se deram conta que o seu entendimento do Universo e por consequência das leis naturais e imutáveis é tão pequeno?

16. Utilizando um argumento histórico: não nos causa asco e repulsa sabermos que em diversas culturas da antiguidade havia o costume de se sacrificar as crianças com problemas físicos, mentais ou mesmo terminar a vida dos inválidos para o trabalho? De certa forma, não é isso que essa parte da lei está permitindo?

Não é preciso ter bola de cristal para perceber que conforme formos mais humildes cosmicamente e conhecermos melhor as leis naturais imutáveis, vamos nos conhecer melhor e ao mesmo tempo nos integrar harmonicamente com tudo à nossa volta. Quanto mais caminharmos nesta direção, o aborto induzido assim como todos os demais procedimentos legais ou ilegais que atentam contra a vida, em todos os seus estágios de desenvolvimento, em todos os reinos da natureza, aos poucos ficarão restritos às páginas sangrentas da história; da mesma forma que a Escravidão foi abolida mesmo em meio a muitas omissões e tendo defensores entre altas autoridades na época, incluindo alguns religiosos eminentes.

17. Já no caso de risco de vida da mãe, os médicos e especialistas incluindo as esquipes multidisciplinares dos hospitais devem auxiliar aos pais e familiares a tomarem a melhor decisão ao confrontarem a situação que se apresenta com os códigos éticos vigentes. Cada caso vai exigir um curso de ação diferente. Se a decisão for tomada com base no melhor futuro possível para a família, eu tenho certeza que as chances de acontecerem um erro diminui muito.

Para terminar o tema aborto induzido nesta oportunidade, alguns utilizam pesquisas de opinião pública para justificar o injustificável, agora eu pergunto, e os fetos que tiveram a sua vida e desenvolvimento interrompidos? O que eles opinariam caso fossem perguntados a respeito? É impossível fazê-lo? Pode ser, mas e se perguntássemos aos cativos e escravizados no passado, quantos deles seriam favoráveis a escravidão? Onde estará a empatia das pessoas que se dizem tão evoluídas e civilizadas?

18. Porque tanto ‘tempo’ foi investido na questão do aborto induzido? É porque precisamos entender de uma vez por todas que a defesa dos mais vulneráveis, a defesa dos que não podem falar, que a defesa da vida precisa e deve ser feita das formas mais efetivas e universais possíveis!

Porque só assim poderemos acelerar o nosso respeito e integração ao meio ambiente, para em seguida, fazê-lo com todo o Universo a nossa volta; a fim de implantarmos esta nova sociedade que todos desejamos.

Com este entendimento, fica menos difícil deixarmos o estado de coisas atual baseado na competição predatória em busca de enormes ganhos financeiros, onde a vida e o bem estar da coletividade ficam em planos inferiores em relação a busca desenfreada pelas vantagens pessoais, familiares, dos grupos e empresas poderosas; tornando a cooperação sustentável mais provável em um período de tempo menor.

E não devemos fazê-lo para aparecermos como ‘bonzinhos’ no nosso círculo social ou nas redes sociais! Precisamos compreender que diversos talentos e muita força de trabalho, de transformação, de inovação estão sendo desperdiçados na pobreza, na falta de educação, sem saneamento básico, sem saúde, segurança e com habitações indignas: façam as contas! Muita riqueza está sendo jogada pela janela! Quem é rico hoje, poderia ser muito mais ainda!

19. Agora que já fizemos as reflexões necessárias para entendermos que precisamos evoluir em todos os campos simultaneamente, e que é contra produtivo em qualquer campo da atividade humana focar todas as nossas ações na pequena fração dos 4% do Universo a que temos acesso, em busca de soluções rápidas para problemas complexos por mais que seja contra intuitivo para a maioria das pessoas atualmente, vamos entrar na infraestrutura econômica da Sociedade 4.0?

Todas as maiores economias do mundo, funcionam com base em regras definidas que prescrevem entre outras coisas, a utilização de documentos para que todos os procedimentos fiquem registrados com várias finalidades como já é de conhecimento geral; o problema é que embora a grande maioria seja ordeira e cumpra as suas obrigações mesmo que tenham que investir consideravelmente para fazê-lo, uma minoria faz esforços em contrário, causando muitos problemas e prejuízos para todos conforme já comentamos, mas que vamos detalhar adiante.

20. Lembram-se que eu citei lá no início que um dos pilares da Administração Pública 4.0 é a unificação das bases de dados? Então, esta unificação não pode ficar restrita apenas ao aparelho burocrático público pelas mesmas razões conforme iremos conversar abaixo.

Assim ficamos blindados de dirigentes públicos e privados que pelas mais diversas razões, conscientemente ou não: ao compartimentalizar, complicar, restringir o acesso às informações sob o seu controle, diminuindo a transparência do que acontece sob o seu controle; incentiva e propicia as condições para que muitos procedimentos errados ou mesmo ilegais aconteçam; mesmo que as suas intensões sejam as melhores possíveis.

21. Outro fator que é até mais importante e está na raiz do que citamos acima em primeiro lugar para preparar o leitor para o que se segue: é que todos nós os seres humanos ainda carecemos de um senso ético e moral mais apurado para que possamos evoluir de forma coordenada com as demais pessoas a nossa volta, e essa carência fica muito evidente quando faltamos com a verdade ou nos aproveitamos subterfúgios legais para obter vantagens financeiras.

De posse deste senso ético/moral mais apurado ou da humildade cósmica que tanto repetimos aqui, mesmo que existam ‘brechas’ no sistema que estamos propondo já que nada é perfeito, vamos trabalhar para diminuir os problemas em lugar de tirar proveito financeiro dos mesmos como acontece mais do que seria desejável hoje em dia.

Podemos exemplificar de diversas formas, desde quando subornamos um agente público para escaparmos de uma multa por uma infração cometida ou mentimos para prejudicar um colega de trabalho, quando alteramos ou omitimos dados no imposto de renda para reduzir a mordida do ‘leão’, quando um político desvia verbas para empresas de parentes, até os grandes conglomerados nacionais que impunemente utilizam o recursos que deveriam servir para quitar os impostos para especular e obter enormes ganhos no mercado financeiro.

22. Voltando às típicas atividades burocráticas, já repararam a quantidade de trabalho que dá preencher todos os cadastros quando solicitamos um serviço qualquer, para dar conta dos diversos impostos e taxas que nos são cobrados? Se for uma empresa então nem se fala já que estamos em um dos Países onde mais se consome tempo e recursos nessas atividades.

E ainda temos muitos outros problemas como por exemplo acessar os nossos próprios dados em poder de instituições e empresas que nos prestaram serviços regiamente pagos direta ou indiretamente no passado como as escolas e cursos que sempre exigem alguma coisa, nem que seja uma visita, para que possamos acessar os nosso próprios dados relativos a nossa própria performance acadêmica, não é mesmo?

Porque tudo isso acontece? Porque temos que investir tanto para cumprir todos os procedimentos que constam nas leis e portarias prescritos pelas autoridades? Porque temos que depender das instituições já regiamente pagas direta ou indiretamente para acessar os nossos próprios dados? E indo mais além, ainda temos que arcar com os prejuízos advindo das ineficiências sistêmicas e malfeitorias dos que logram obter vantagens indevidas!

23. Este estado de coisas permanece porque ainda somos ‘reféns’ de sistemas econômicos predatórios, uma lógica obsoleta de embora tenha impulsionado as maiores sociedades ao redor do globo até aqui, mostra inúmeros sinais de esgotamento que além de todos os problemas evidentes para qualquer pessoa observar, têm contribuído para piorar ainda mais a grande concentração de renda, recursos, conhecimento, etc.

Algumas pessoas talvez já tenham até parado de ler pensando que eu proponho como solução algum tipo de comunismo ou socialismo, mas o objetivo aqui é bem diferente, porque nem vale a pena adentrar esta seara.

24. Vamos começar detalhando o que pode ser melhorado no sistema atual que por conseguinte, vai naturalmente nos conduzir ao nosso objetivo proposto no início e vai coroar os nossos esforços no final do ensaio.

Para tanto, precisamos mudar a lógica atual que impulsiona as nossas sociedades: atualmente, cada pessoa, cada empresa declara nos documentos sob a sua responsabilidade todos os dados conforme as leis e regulamentos prescrevem.

25. Notem que na maioria das vezes as informações obtidas em uma etapa anterior do ciclo de vida de um produto ou serviço são completamente descartadas nas etapas posteriores, mesmo que tenham se mantido inalteradas e ainda sejam úteis nas etapas seguintes. Então, excluindo algumas empresas e cadeias produtivas que já identificaram este problema e/ou necessitam de rastreabilidade, a maioria desperdiça muita energia, tempo e dinheiro fazendo, refazendo, rastreando ou pesquisando dados que deveriam ser sustentavelmente propagados conforme seja pertinente.

Conforme a interconexão digital avança, o mesmo fenômeno acontece no ciberespaço; cada pessoa, cada empresa se responsabiliza inteiramente pelo o que coloca nos seus websites, blogs, redes sociais, aplicativos de comunicação e demais ferramentas correlatas. Depois, em sua maioria, essas informações são indexadas pelos mecanismos de buscas e/ou filtradas pelas redes sociais de acordo com os interesses comerciais dominantes para depois serem apresentadas para a grande audiência.

26. Como cada indivíduo, cada empresa conta com diferentes níveis de conhecimento, de entendimento do seu papel na sociedade, da sua interpretação das leis sem contar as suas missões e visões individuais, não raras vezes nós experimentamos ou vemos notícias de diversos problemas e conflitos devido a simples falhas ou omissões na comunicação na internet, isso quando não há fraudes e outros crimes em virtude deste estado de coisas, já que no ciberespaço, qualquer um tem grandes chances de se fazer passar por quem quiser por um longo período de tempo, não é mesmo? 

Não precisa ser especialista para antever que uma pequena parcela faça declarações falsas, se utilize de subterfúgios jurídicos, de brechas nos controles estatais e internacionais para financiar e executar todo tipo de malfeitoria e crimes: principalmente a lavagem de dinheiro. E nem estamos falando da dark web e outras iniciativas exóticas para não nos estender muito.

Sem me desviar muito do nosso interesse principal, eu gostaria de frisar que a lavagem de dinheiro é uma das atividades criminosas mais nefastas porque ela propicia os meios para que os malfeitores se aproveitem dos recursos conseguidos ilegalmente e não raras vezes financiam outros atos criminosos ainda mais danosos.

27. Uma das razões do sucesso das Big Techs e dos Marketplaces que impulsionaram de forma impressionante o crescimento do comércio digital, especialmente durante a pandemia, é justamente serem plataformas que uniformizam e potencializam a integração de diversas empresas, e possibilita que muitos micro e pequenos empresários possam competir com as grandes empresas com segurança, agilidade e grande exposição onde antes se exigiam investimentos proibitivos; ultrapassando a maioria dos problemas acima descritos enquanto estiverem no marketplace. Não há sucesso e grande geração de riqueza em um curto espaço de tempo por acaso. Aliás, nada é por acaso.

Então? Como inverter esta lógica, atacando todas as questões levantadas acima e a problematização inicial? Nós precisamos de um marketplace universal com algumas adições que devido a competição predatória visceral em que essas importantes poderosas iniciativas estão inseridas atualmente ainda não acontecem.

Uma das adições é automatizar os preenchimentos de todos os documentos que são importantes nas nossas vidas utilizando a tecnologia que embora já esteja disponível, poucos se dedicaram a desenvolver um modelo utilizando software livre, de forma aberta se tornando a base da infraestrutura de um país inteiro, ou mesmo de todo o planeta.

28. Somente com esta ferramenta planetária livre, gamificável, indexável, auditável, totalmente transparente para as autoridades competentes e demais entidades de controle incluindo a imprensa, sempre de acordo com o que estiver regulado pelas leis e regulamentos formais ou não; aplicável as trocas e o comércio de bens, serviços, experiências, transformações e também as nossas vidas civis, profissionais, acadêmicas, etc.: é que teremos chance para implementar importantes ferramentas como o Design Circular, um dos passos obrigatórios na direção da Sustentabilidade Plena.

Porque essas ferramentas livres e globais são tão importantes? Em primeiro lugar, termos padrões livres é essencial pois de forma contrária, se utilizarmos softwares proprietários haverá a restrição de acesso a processos confiáveis de verificação e auditoria, o que vai gerar desconfiança. Esta é a razão porque grandes Países como a China e Rússia criaram ‘cópias’ locais de redes sociais e aplicativos de grande sucesso no ocidente e hoje em dia esses ‘clones’ em muito casos, já ultrapassaram os originais em funcionalidade, integração econômica, sofisticação, tamanho da base de dados e número de usuários; e em outros oportunidades estão competindo de igual para igual com o ocidente com inovações e vencendo, como é o caso do Tiktok.

29. Um exemplo de sucesso quando utilizamos software livre, padrões abertos e globais é a própria internet que jamais alcançaria a qualidade, velocidade e a penetração global de que goza hoje se fosse desenvolvida utilizando o sistema operacional mais adotado, mesmo em sua versão para servidores, padrões ou software proprietário que impossibilitam a cooperação. A internet é um grande esforço global em favor desta ferramenta incrível de comunicação planetária, um belo e talvez o melhor exemplo a ser seguido.

30. Apesar de já termos muitas ferramentas para coibir a lavagem de dinheiro, ao sabermos através da imprensa que o governo dos Estados Unidos da América, o aparelho estatal mais poderoso do planeta, está oferecendo uma polpuda recompensa de sete dígitos para quem der informações sobre o paradeiro das grandes quantias desviadas nos escândalos internacionais de corrupção envolvendo grandes empreiteiras em toda a América do Sul que ainda não foram encontradas: percebemos que ainda há muito o que fazer; já que este dinheiro todo não sumiu nem evaporou, não é mesmo?

O combate à lavagem de dinheiro só será bem sucedido quando todos se esforçarem nesse sentido de forma aberta e transparente. Se o combate acontecer da forma que é feita em muitos Países, onde os dirigentes maiores perseguem algumas organizações criminosas e os adversários políticos enquanto envia quantidades de recursos enormes de forma obscura para uso indevido próprio, ou para financiar os seus ‘aliados’ e interesses, jamais alcançaremos o fim deste mal que é tão danoso para todos.

Para encerrar este tópico, preciso fazer um alerta! Parem para pensar, sem a lavagem de dinheiro o crime organizado, as milícias, o tráfico de entorpecentes e outros crimes graves aconteceriam com a desenvoltura atual? Ocorreriam os assassinatos políticos internacionais que volta e meia a imprensa noticia? Haveriam tantos conflitos armados? Dificilmente! Os mesmos diminuiriam até a extinção na mesma proporção em que a transparência avançasse.

31. Mas como se daria essa mágica toda? Como eu disse, em escala privada, este conceito já é muito utilizado, mas como objetiva o lucro máximo, a competição predatória, não conta com todos os itens já falados aqui nem está disponível para todos. Vamos a mágica?

Eu imagino como seria o ‘truque’, porém as ferramentas e apetrechos necessários ainda não existem em sua maioria, não pelo menos da forma que estamos imaginando por aqui. A base do sistema seriam os blocos de informação conforme já conhecemos nas tecnologias blockchain; porém, com uma diferença: todos os blocos precisam ser públicos e acessados por múltiplas chaves hierarquizadas. Um exemplo?

32. Imaginem que cada conceito, ou grupo de conceitos escolares é um bloco de informação público com algumas informações correlatas em outros blocos tais como aluno, unidade pedagógica, turno cursado, assiduidade, horários pertinentes, carga horária, docente, orientador pedagógico, direção escolar, localização geográfica, etc.; porém com as informações pessoais devidamente protegidas de acordo com as leis em vigor.

Ao mesmo tempo que as autoridades de educação em todas as esferas governamentais poderiam ter acesso em tempo real a integralidade dos dados de todos os estudantes, professores, orientadores, diretores e demais envolvidos nos processos educacionais online: premiando e divulgando as melhores práticas nacional ou internacionalmente e reduzindo drasticamente os desequilíbrios na educação enquanto atenta imediatamente para os problemas e as falhas; já as entidades públicas de controle, do terceiro setor e jornalistas por exemplo, podem ter acesso a massa de dados excluindo-se os dados sensíveis e/ou privativos.

Interligando-se esses dados com outras massas de dados anônimos tais como condições econômico sociais dos alunos, dos seus genitores, desempenho econômico, etc., podemos fazer estudos com rapidez e profundidade nunca antes possíveis dada a fragmentação e inacessibilidade das atuais bases de dados; tudo isso online e em tempo real.

33. Auxiliados pela gamificação que automatizaria e filtraria automaticamente essa enorme quantidade de dados, nenhum dirigente ou servidor público vai escapar da comparação com os seus pares, dos controles estatais ou do escrutínio da opinião pública. Nenhum deles vai poder se dar ao luxo de deixar atividades importantes de lado ou cometer faltas mais graves sob pena de ver a sua pontuação cair e assim perder automaticamente o acesso aos dados que precisa para trabalhar e assim a posição que ocupa.

Ainda no exemplo dos pacotes de informação, por termos toda a nossa vida acadêmica nele de forma pública, teríamos acesso aos nossos dados online, sem depender das instituições de ensino que tenhamos cursado, independente se as mesmas ainda existem, se foram absorvidas por outras, etc.

34. Isso impactaria também as redes sociais como o Linkedin, já que ao invés de nós preenchermos as nossas informações acadêmicas, poderíamos simplesmente escolher os pacotes correspondentes a serem expostos. Seria o fim dos currículos inflados. 

Aplique o mesmo raciocínio aos demais campos da Administração Pública e podemos vislumbrar o impacto dessas novas tecnologias aplicadas com transparência, gamificação e gestão humanizada.

35. Eu aposto que tem muita gente ansiosa para ler sobre a aplicação das tecnologias de blockchain com múltiplas chaves hierarquizadas nos negócios, no seu business! Chegando nessa etapa, eu tenho dois alertas: o primeiro é que neste cenário tecnológico que estamos imaginando por aqui, quem quiser desenvolver um bom trabalho, se integrando na cadeia de geração de valor de forma sustentável e colaborativa vai ter todas as informações e portanto as possibilidades de fazê-lo como já acontece nos marketplaces; já aquela pequena parcela que visa ganhos predatórios passando por cima de tudo e de todos para alcançar o que objetiva, vai ter vida cada vez mais dificultada.

Tudo isso vai acontecer porque ao invés de você declarar tudo como já citamos em notas fiscais, por exemplo, nós teremos contratos digitais que por sua vez contarão com pacotes de dados representando tudo o que porventura estivesse registrado na atual nota fiscal.

Vamos supor que você é um comerciante que vende ferramentas: de uma forma geral você as compra do seu fornecedor, paga, dá entrada no estoque, estipula preço de venda, vende, paga os impostos, mantém toda a burocracia interna e legal em dia; para depois começar tudo novamente. Podemos partir deste ciclo simplificado?

36. Então, com o contrato digital, ao invés de você dar entrada no estoque, ao dar a operação de compra finalizada, os itens comprados já passam a fazer parte do seu estoque automaticamente ao se aceitar a entrega dos itens, pois ao invés de se reentrar as mesmas informações, os pacotes de informação são transferidos para o sistema do comerciante; que da mesma forma fará a baixa em caso de venda, transferindo o pacote de dados para a titularidade do comprador. Uma vez que o cliente pague pelos produtos, os impostos podem ser automaticamente remetidos para a fazenda pública em suas respectivas esferas, sem nenhum empecilho mesmo com as exigências fiscais manicomiais que temos.

Perceberam que uma série de etapas burocráticas e repetitivas foram automatizadas com muito menos intervenção humana? Que as chances de se ter dados errados, duplicados ou obsoletos diminui muito? Que desta forma as chances de erros gerenciais simples como a venda de um item esgotado no estoque acontecerem junto com outros mais graves como fraudes e desfalques diminui bastante? Que ao invés dos mecanismos de buscas indexarem o que é declarado como acontece atualmente, o que você ‘fala’ que tem: eles podem indexar os pacotes de dados diretamente: o que você ‘tem’ realmente para ofertar ao mercado? Podendo incluir as condições de pagamento, a qualidade do atendimento, do pós-venda, os tempos de entrega e outros metadados?

37. A gamificação que alimenta a reputação dos participantes dos marketplaces mais utilizados hoje em dia e restrita a estes poderosos players, poderia ser feita automática e irrestritamente ao se rastrear o que acontece com cada pacote de informação que trafega nas redes. Nada impede que as pessoas possam continuar a dar pontos baseadas nas suas experiências ao se comprar um determinado produto ou utilizar um serviço, mas como essas mesmas pessoas podem dar pontuações diametralmente diferentes para uma mesma situação por terem interesses, níveis de compreensão e estarem submetidas a outros fatores completamente diferentes; principalmente nas grandes compras feitas pelo poder público, pelas grandes empresas; termos um sistema de pontuação automatizada para alimentar as reputação das pessoas e empresas é essencial para evitarmos distorções e manipulações.

De uma certa forma, já temos iniciativas semelhantes como o cadastro positivo, mas como na maioria dos casos, são iniciativas isoladas das demais servindo a uma parcela restrita da economia; embora seja positivo e meritório, na Sociedade Planetária 4.0, precisamos ir muito além.

38. Aquela capacidade de rastreabilidade já comentada anteriormente e apenas disponível atualmente para indústrias e empresas poderosas estariam disponíveis para todos que assim o quisessem ou de acordo com as autoridades legalmente constituídas, com investimentos irrisórios comparado aos exigidos nos dias de hoje.

Podemos ir muito além do que já foi exposto até aqui. Energia, fornecimento de água, gás, combustíveis e outras commodities também podem ser agregados a pacotes de informação, assim, seria praticamente impossível para uma empresa de fachada qualquer forjar a produção de algum produto ou mesmo fazê-lo sem adquirir os meios devidos para tal porque ao ser comparada com outras iniciativas semelhantes, se tornariam evidentes quaisquer inconsistências online, em tempo real. Aqui, teríamos o fim do desvio ou roubo de cargas assim como o descaminho ou contrabando no mercado formalizado inicialmente até alcançar toda a sociedade.

39. A possibilidade deste sistema de pacotes de informações fomentar o Design Circular passa longe de ser um 'clickbait', uma vez que os aparelhos burocráticos, mecanismos de buscas, marketplaces e redes sociais de posse de algoritmos e poder computacional inimaginável para pessoas como nós podem continuar existindo normalmente, concorrendo de forma construtiva ao indexar os pacotes de informação, de acordo com o nível de acesso que sejam autorizadas a ter, individualmente ou em conjunto. Dependendo do nível de eficiência que alcançarem, podem organizar diversos indivíduos, empresas, grupos e corporações de forma a estes atores trabalhem em conjunto para alcançar a máxima eficiência durante todo o ciclo de vida de um produto ou serviço utilizando a menor quantidade de recursos possível.

40. Vamos a um exemplo prático? Vamos supor que uma empresa decida vender o seu equipamento eletrônico obsoleto ou fora de uso para uma recicladora: em primeiro lugar, será mais simples encontrar um estabelecimento adequado aos seus objetivos dentre diversos concorrentes já que anteriormente vários pacotes de informação semelhantes foram processados por essas empresas formando um amplo banco de dados para os mecanismos de buscas indexarem se permitido, depois, pode-se escolher a empresa que além de tratar daquele tipo específico de eletrônico, dê mais retorno direto ou indireto, com maior eficiência, que preserve mais o meio ambiente; e cruzar esses dados com outros fatores como localização geográfica, e a destinação que é dada ao material processado, o que é feito com a receita auferida, etc.

Como num passe de mágica, todas essas estatísticas podem ser gamificadas e oferecer uma ampla gama de opções concorrentes e/ou cooperativas entre si. Um trabalho que atualmente pode demorar semanas ou meses consumindo o tempo e a dedicação de departamentos inteiros e que pode ter que ser refeito por inúmeras razões, poderia ser feito e ajustado com flexibilidade diretamente por gestores não especializados em horas, talvez minutos em um futuro não muito distante.

Além de dar a melhor destinação possível ao equipamento sucateado seguindo as diretrizes empresariais pré-estabelecidas; o que muitas vezes ainda hoje é descartado no lixo comum devido a enorme ‘dor de cabeça’ que dá seguir todas as etapas e preencher toda a documentação requerida legalmente; todo o processo poderia ser documentado automaticamente, mais uma vez. Aqui, além dos benefícios já citados, cairiam todas as entidades ou empresas que se dizem defensoras do meio ambiente ou apoiadoras de cooperativas sociais de reciclagem por exemplo, sem o serem realmente.

41. Vocês conseguem imaginar a quantidade de posições que podem ser fechadas nos departamentos destinados à competição predatória, e remanejadas para a produção, cooperação, integração a outras empresas no design circular, redução da pegada de carbono, no fomento a iniciativas sociais e no aumento da preservação do meio ambiente? Ou quem sabe possamos reduzir a quantidade de horas trabalhadas na semana, aumentando a porcentagem de home office e talvez até aumentando o retorno financeiro? E a quantidade de energia que poderia ser salva? E a qualidade de vida em elevação sem tanto estresse e maior integração com a Natureza?

De quebra, todo o processo sendo totalmente transparente inibiria todas as práticas ilegais: as coibidas pelas autoridades e as que sabemos que são executadas bem debaixo dos nossos narizes mas que continuam acontecendo devido a falta de transparência de grandes empresas que abusam do seu enorme poder econômico e tecnológico, seria o fim das 'caixas-pretas'.

Perceberam o poder quase inimaginável deste tipo de ferramenta para nos alavancar na direção da Prosperidade Sustentável?

42. Sim, há o temor generalizado dizendo respeito à privacidade dos nossos dados digitais, mas não há como retroceder no tempo e reverter a tendência de aumento cada vez mais intenso da digitalização nas nossas sociedades até onde se sabe. Até que tenhamos outras alternativas que prometem ser mais seguras, como as tecnologias quânticas, teremos que nos arranjar com o que temos.

Um dos exemplos que podem ser dados para defender que uma vez que os nossos dados digitais sejam usados de forma ética, os mesmos podem melhorar e muito a nossa qualidade de vida são os sistemas de GPS: cada pessoa, cada motorista que faz um determinado trajeto ajuda aos demais que farão trajetos semelhantes em seguida de forma eficiente enquanto protege os dados e trajetos individuais.

43. Sim, ainda há os diversos obstáculos tecnológicos! Precisamos avançar no campo da identidade digital, o Brasil é um dos poucos Países importantes do mundo que não têm um sistema de e-mail nacional para os cidadãos, que poderia ser o canal de informação oficial de pessoas e empresas. Imaginem que cada CPF, cada CNPJ neste País tivesse um e-mail tipo 000.000.000-00@correios.com.br ou @gov.br no caso das pessoas físicas.

Sim, este novo sistema de correio eletrônico poderia ser um recomeço para os Correios 4.0, uma das empresas que mais orgulhou a todos nós brasileiros no passado nem tão distante assim, mas que depois de tantos anos sem uma gestão que o atualizasse para os novos tempos caiu em progressivo declínio; resolveríamos dois problemas já que precisamos deste serviço estrategicamente localizado e seguro em servidores nacionais, e, um importante canal de comunicação.

44. Vamos ‘pintar’ um cenário muito sinistro mas possível de acontecer no futuro próximo?!?! Vamos supor que o conflito na Europa, mesmo contra o desejo da maioria das pessoas em sã consciência, escale negativamente e uma das potências militares envolvida resolva atacar todos os cabos de fibra ótica submarinos ou sabotar as operações da rede mundial de outra forma. Mesmo que a internet se mantenha através de canais alternativos de comunicação como os satélites; vocês já imaginaram o caos que seria nós perdermos acesso aos servidores no estrangeiro, mesmo que em parte? Qualquer que fosse o cenário, com um sistema de e-mails nacional, os problemas e crises em decorrência do conflito externo seriam menores por aqui.

45. Além das questões estratégicas e de segurança, este e-mail hospedado nos servidores federais poderia também ser o bilhete de entrada na Rede Social Pública que tanto precisamos conforme já desenvolvido no artigo sobre a Administração Pública 4.0; 

46. Vocês já imaginaram em quanto tempo os meritórios serviços prestados pelo Poder Judiciário poderiam ser acelerados, já que todos os cidadãos e empresas contariam com uma conta de e-mail? Mais ninguém poderia fugir de notificações, citações, intimações, etc. E o mesmo aconteceria em todos os processos onde se depende de comunicações relacionadas ao aparelho estatal e porque não, entre cidadãos e empresas.

E nem comentamos as possibilidades de integração deste sistema de pacotes de informação com tecnologias emergentes como IoT, a internet das coisas; que são inúmeras e podem aumentar muito em potencial cooperativo com esse sistema de pacotes de dados.

47. De qualquer forma, a tendência é que importantes instrumentos governamentais técnicos como o IBGE, ao invés de trabalhar nos bastidores com base em Censos Decenais, fornecendo dados que apesar da sua enorme importância são ignorados na maioria das vezes pelas autoridades competentes porque os instrumentos de controle atuais são tardios e reativos: se pareceria cada vez mais com a previsão do tempo, mostrando o estado de coisas no Brasil e no Mundo em tempo real, assim como fazendo projeções cada vez mais acertadas para o futuro próximo e se tornando essencial para todas as decisões públicas e privadas.

48. Antes de encerrar, preciso declarar que como nos demais artigos, tudo o que foi colocado acima está muito além dos meus desejos e interesses pessoais. Se dependesse da minha pessoa, todos colaboraríamos com muita paz e tranquilidade, elegendo comunitariamente as prioridades: haveria habitação, saneamento básico, alimentação, educação, segurança e saúde, esporte, recreação e cultura para todos indistintamente por todo o globo; sem a necessidade de um mísero pedaço de papel ou moeda; mas nós sabemos que isso seria praticamente impossível.

Então, já que precisamos de um sistema para chegar no que muitos chamariam de utopia conforme eu descrevo no parágrafo acima, este artigo ou ensaio, em conjunto com os demais desta série se propõe pretensiosamente a ser um início nas discussões com o objetivo de de viabilizar tecnicamente os meios para chegarmos a um planeta realmente humano e colaborativo onde muitos crimes e malfeitorias comuns hoje em dia se percam nas páginas empoeiradas da história.

49. Uma das perguntas mais recorrentes e importantes que deixo aos leitores dos meus artigos nesta série é: vamos evoluir individualmente e como sociedade da forma mais rápida e harmoniosa possível, ou devagar com muitas crises e dores? A escolha é sempre nossa! Nós sempre colhemos o que plantamos, não tem mais como ficar se esquivando! Mãos a obra!

Curtiram o artigo? Eu novamente espero que sim e que seja muito útil para todos que têm a mente aberta o suficiente para se permitirem vislumbrarem esta visão de como já poderiam ser a nossa e outras sociedades ao redor do mundo.

Quem desejar que este conteúdo chegue a mais pessoas, por favor compartilhe aqui no Linkedin e nas suas redes, dê o joinha e faça comentários com dúvidas, críticas ou mesmo elogios.

50. Já pensando em expandir essas ideias em um debate que engrandeça ainda mais o conteúdo aqui proposto, eu coloquei uma numeração no início de alguns parágrafos como este, mais ou menos separando os assuntos e as reflexões colocadas. Assim, é só citar o número e deixar a sua mensagem. Eu prometo responder colaborativamente da melhor forma que estiver ao meu alcance.

Quem por acaso ficar envergonhado ou tema algum tipo de exposição pública, eu estou a disposição nas mensagens privadas.

51. Para aqueles que além de curtirem o artigo, se identificaram profundamente com o que foi exposto aqui, eu gostaria de compartilhar que este artigo ainda é o início de um longo trabalho de conscientização para essa nova sociedade que está alvorecendo e que apesar de ser um bom começo, está longe do ideal tanto na forma quanto na maneira que foi exposta.

Atualmente, qualquer pessoa ou empresa com interesse em propagar as ideias citadas acima é praticamente obrigado a fazer um vídeo com uma produção caprichada, com qualidade técnica que fique no padrão utilizado nas redes sociais mais populares, com uma verba para divulgação proporcional a importância da mensagem: sem isso, dificilmente somos capazes de atingir um público mais amplo e assim, harmoniosamente acelerar a nossa evolução social sustentável.

52. Eu como Designer Industrial sou plenamente capaz de desenvolver essas peças de divulgação baseadas neste e nos demais artigos que já escrevi aqui no Linkedin; que além de serem o resultado de diversas experiências profissionais traumáticas e muito negativas que eu não desejo para ninguém, eu investi milhares de horas de pesquisa e trabalho por conta própria; entretanto para que este conteúdo chegue a um número maior de pessoas, eu dependo de um investimento financeiro que está além das minhas possibilidades no momento.

Se você curtiu tudo isso e deseja fazer parte deste esforço totalmente independente para acelerar a melhora da nossa qualidade de vida, é só entrar em contato pelo e-mail lawrencejorgers@gmail.com que também é o meu PIX.

Esse conteúdo além de ser fascinante, rende muito material correlato em forma de outros artigos como os que já foram publicados e os acima mencionados para serem desenvolvidos no futuro. Outra possibilidade interessante seria publicar um livro reunindo todos esses artigos correlatos ou gerar uma série documental.

53. Embora eu continue aberto a colaborações, o que seria ótimo, até agora os veículos de mídia tradicionais, fundações e outras instituições com interesses parecidos aos quais já tentei entrar em contato não se interessaram, então quem vai somar forças?

Eu também estou disponível para palestras, painéis de discussão e qualquer outro evento que ajude grupos, empresas, indústrias e sociedades a chegar na Sociedade 4.0.

54. É isso pessoal! Obrigado pela atenção e pelo carinho de sempre! Curtam, comentem e compartilhem! Me digam o que vocês acharam! Até a próxima interação!

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